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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

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Postado por Denize Teresinha Sucharski às 05:53

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Quem sou eu

Denize Teresinha Sucharski: Curitiba, Paraná, Brazil; Pedagoga. Três especializações: Noergologia (UNIBEM), Neuropsicologia Educacional (ISAL)e Organização do trabalho Pedagógico (ISAL). Atuo como professora e tutora dos cursos de pós graduação do Instituto Superior de Educação da América Latina. Linha de Pesquisa: Formação Docente e Neuropedagogia.

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MEU OLHAR SOBRE UM GRUPO DE PROFESSORES

Parte do trabalho da pesquisa sobre a participação de um grupo de professores da Rede Municipal de Curitiba em curso de formação continuada em Curitiba - (março a setembro de 2010)

Esta pesquisa teve por finalidade identificar o aproveitamento dos profissionais da educação básica mediante um curso de aperfeiçoamento, Identificar os pontos fortes e fracos deste profissional mediante novos desafios intelectuais e profissionais.

Pedro Demo (2005), quando fala do futuro da educação retrata a importância do professor: ”No meio dessa paisagem, o professor é figura de absoluto destaque: o resgate do professor será estratégia central do resgate da educação”. Nesta obra Demo (1995), discorre sobre a importância de aprender, fazendo a própria história, não sozinho, porque o ser humano só aprende em sociedade, porém ele faz uma apologia ao auto-estorço do professor, dizendo:

“Não tenho outra maneira de aprender o que esta fora de mim a não ser partindo de mim, mediado pelo cérebro e pelos sentidos, que não fazem fotografia estática, mas reconstrução com sujeito, do ponto de vista do observador”. Pág. 33.

Pedro Demo esta revenrenciando a criativIdade, a boa vontade e a alegria de ensinar, de estar envolvido com o processo que é capaz de transformar a sociedade, a educação. Os professores da escola básica de um modo geral, nao apenas aqueles que foram observados nesta pesquisa, não podem se deter nas barreiras impostas pelo sistema, que é tão velho quanto os interesses dos poderosos para manterem seu poder. Os professores devem estar atentos às novas tendências da educação ao novos pensadores que surgem, conduzindo o mundo para uma nova era.

A presença controladora de representantes do poder neste curso encomodava a todos. Quando não se permite liberdade de pensamento não se desenvolve a autonomia, a livre iniciativa. Paulo Freire que conclamava os professores para uma atitude firme e consciente diante da opressão, em toda sua vida propôs uma pedagogia social, criativa e transformadora. Jamais o recolhimento em copas diante da opressão. Nesta fala ele explica: “Na verdade, o que pretendem os opressores, é transformar a mentalidade dos oprimidos, e não a situação que os oprime”, Freire (1987), no livro “Pedagogia do Oprimido”, lamenta quando os educadores se acomodam, e compactuam com a politica dos opressores, diz ele:

“Se o educador é o que sabe, se os educandos são os que nada sabem, cabe à aquele dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos segundos. Saber que deixa de ser de “experiência feito” para ser de experiência narrada ou transmitida. Freire (1987), pág. 60.

O desenvolvimento da capacidade de tomar decisões, de criar estratégias de produzir boas aulas, sempre dependerá da qualificação e da autonomia do professor. Com Freire (1987), afirma, a experiência deixa de ser ser feito, para ser acontecimento, ensinamento, e para isso a experiencia do professor deve ser refletida, sem medos ou engessamentos.

Os principais fatores observados que determinararam a a aparente insatisfaçao na aprendizagem por parte de quem ensina foram:

1. Excesso de trabalho (cansaço físico e mental)

2. Dificuldade de locomoção

3. Desinteresse pelo conhecimento (mais grave de todos na opiniao da pesquisadora)

4. problemas de saúde

5. Problemas de relacionamento entre colegas ou professores.

Foram meses de observação e admirável experiência, conversas e e observações. Experiencia que enriquece e desenvolve novos pontos de visão. A aplicação do questionário não atingiu o objetivo esperado, somente dez alunas devolveram as respostas. Evidência de descaso, comportamento muito comum observado nesta sala.

Não resta dúvida que as diretrizes da Educação do município de Curitiba estão voltadas para a gestão democrática, porém, este projeto representa “Meu olhar” sobre a ação de docentes envolvidos nesta política dentro de um curso de aperfeiçoamento que a priori deve atender os objetivos proposto neste documento. Para este fim, “Meu olhar” se voltou para diferentes ângulos desta proposta.

Primeiramente “vi” uma intencionalidade positiva, incentivadora, porém, dentro dela outra intenção se apresentava gradualmente. “vi” pessoas defenderem políticas de governo, centralizando e controlando sutilmente o desenvolvimento do processo. Quando as discussões levavam as alunas-professoras a refletirem suas práticas e o sistema vigente, havia resistência e até interferências. “vi” profissionais da educação básica dominados pelo senso comum, oferecendo pouca ou nenhuma ação refletida. “Vi” um conflito quase geral em todas as escolas da rede entre Pedagogas e Professoras, aparentemente ambas não estão esclarecidas ou não entenderam seus reais papéis na escola.

“Vi”, no entanto, profissionais atentos, focados no desenvolvimento pessoal e profissional. “Vi” superações de conceitos e pré-conceitos por parte de muitos diante das propostas apresentadas no curso. “Vi” uma cidade que se preocupa com a formação dos seus docentes, porém, mantém no processo muito ranço e tradições do passado.

Pela terceira vez consecutiva, Curitiba tem o melhor desempenho entre as capitais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), indicador do Ministério da Educação criado para medir a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas. O resultado da avaliação de 2009 foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Curitiba obteve índice de 5,7 na avaliação dos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª série). (3).

Importa dizer que a SMEC, considerada uma das mais dinâmicas do país, leva considerar a que andas as demais Secretarias de Educação no Brasil. A educação básica de Curitiba enfrentará muitos desafios se quiser chegar mais próximo da perfeição. A vantagem perante as demais esta representada na busca de melhor qualidade, este fator já pode ser considerada uma grande conquista.

Ouve-se falar de prática pedagógica irrefletida, que apenas cumpre exigências estabelecidas pela escola, o professor vai fazendo o que mandam ou repetindo o que fez os anos anteriores. Diante deste aspecto, o professor reflexivo numa escola irreflexiva, fica estressado e desanimado quando não consegue transformar as práticas pedagógicas na escola. Mas este profissional se tornou raridade. O professor atento que deseja discutir idéias, provocar as mudanças necessárias, ainda esta em gestação.

Esta pesquisa reflete parte da questão que envolve o professor do ensino básico e suas dificuldades, não se pretende com observações feitas numa sala com número restrito de profissionais entender o universo que abraça esta realidade. O que se demonstra neste trabalho são movimentos e ações que podem ser qualificados de atos comuns na Educação básica brasileira. A caminhada é longa e o processo ensino/aprendizagem certamente passará por mudanças nas próximas décadas. A complexidade desta área do conhecimento merece atenção e estudos melhorados.

A experiência vivida nestes sete meses de convivência com os professores foi ímpar e gratificante. Sob um olhar crítico e neutro, por não estar envolvida diretamente na prática de ensino da Rede Municipal, trouxe para esta pesquisadora amadurecimento sobre o tema estudado. Certeza que as políticas públicas e governamentais estão diretamente ligadas ao ensino e ao desenvolvimento do processo da aprendizagem e do ensino. O profissional da educação pode e deve tomar as rédeas da educação, assumindo o leme desta embarcação que guia as mentes infantis e juvenis para um porto mais seguro que do conhecimento humano.

As ciências físicas, sociais e psicológicas serão melhores compreendidas e capazes de melhorar o contexto geral do mundo que envolve o ser humano, quando forem bem entendidas e aplicadas. Quando atuarem transformando ativamente o destino do homem.

Leitão (2010) escreve um artigo sobre o IDH (índice de Desenvolvimento Humano), publicado pela ONU em 2010. Citando os países que apresentam melhores figuras no ranking mundial com relação ao desenvolvimento humano estão a Noruega, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda, os cinco primeiros colocados pela ONU do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O Brasil está em 73º lugar.

Uma reportagem publicada sobre este assunto no site MS-AQUI, explica os fatores que são relevantes para o julgamento da ONU:

“IDH engloba três aspectos considerados essenciais pelo PNU (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), para o desenvolvimento humano: o conhecimento (medido por indicadores de educação), a saúde (medida pela longevidade) e o padrão de vida digno (medido pela renda). O progresso, segundo o órgão, deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação. A última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, enquanto a média de escolaridade cresceu 1,7 anos e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta do país teve alta de 27% no período. ”. (4)

Afirma Leitão (2010), que em 1995 fez uma série de reportagem pelo Brasil sobre a educação e circulou as regiões mais deficitárias. Segundo Mirian Leitão, tanto os problemas quanto as localidades continuam praticamente com os mesmos baixos índices na Educação básica. O Brasil avança em tudo menos na Educação básica. Houve investimentos no Ensino superior, porém, pouco se investiu no ensino básico em nossos pais.

A transformação se fará, primeiramente quando o movimento principal das políticas públicas direcionarem seu foco para a Educação. Os cuidados específicos, com os fundamentos da nova proposta para o desenvolvimento sustentável para ao século XXI, juntamente com o respeito aos direitos humanos, trará para a sociedade os valores que foram corrompidos, interrompidos e impedidos de avançarem. Cabe ao professor compreender sua verdadeira função social neste mundo. Esta identidade bem fortalecida e acrescida de altos conhecimentos e autoconfiança será o ponto de mutação para que as políticas públicas reajam favoravelmente ao Ensino básico no Brasil.

Apresar da pouca valorização que recebe, não deve parar no tempo, deve buscar avanços através de conhecimentos arrojados, que só são adquiridos através de estudos aprofundados e interesse pessoal. Quando o Estado não lhe oferece as facilidades, ele deverá buscar tais aprofundamentos através da leitura, de cursos de continuidade. Esta medida lhe garantirá mais poder de ação, força de argumentação e principalmente competências para transformar a escola e a nação.

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